Deu match!

Gosto de começar contando que nós dois nos conhecemos pelo Tinder. Demos match em 29/06/2019, nos conhecemos pessoalmente em 02/07/2019, começamos a namorar em 07/07/2019 e em 09/09/2019, ficamos noivos.

Para ficar ainda mais diferente, eu, Mônica, que pedi o Diego em casamento.

Nesse mesmo dia decidimos a data do casamento: 23 de janeiro de 2021. Em seguida decidimos quem seria o celebrante, as flores que usaríamos e as músicas da cerimônia.

Então desde o começo sempre fomos noivos, mas brincávamos que o mundo não estava pronto para a nossa história, então apenas uma ou duas pessoas sabiam que éramos noivos. Para o todo resto, éramos namorados.

Um mês antes do início da quarentena me mudei para a casa do Diego, ainda sem saber da pandemia e o que enfrentaríamos. Em seguida tudo começou e passamos a ficar 24 horas embaixo do mesmo teto, tendo apenas um ao outro para conversar. Nós dois pensamos: ou vai dar muito certo ou vai dar muito errado!

Amor em tempos de pandemia

Até agora não temos a fórmula de como tudo aconteceu, mas sabemos que os gatinhos nos ajudaram não só a conviver como casal, mas também a passar por tudo que estava acontecendo.

E assim fomos, até que no final de junho de 2020 começamos a falar sobre o casamento de fato. Na primeira semana de julho já tínhamos fechado com o Espaço Quintal para realizarmos a cerimônia em 31/01/2021. O dia 23 já estava reservado para outro casal. Então decidimos casar no civil dia 23/01 e a cerimônia aconteceria logo depois.

Claro que naquele momento ninguém sabia o que de fato aconteceria, não tínhamos previsão alguma de vacina e o fim da quarentena ainda não era algo que poderíamos vislumbrar.

Justamente por isso, desde o início da nossa conversa com o Espaço Quintal, acertamos que caso não fosse possível a realização do casamento por conta da pandemia, nós não hesitaríamos em alterar a data.

E essa conversa foi a mesma com todos os meus fornecedores.

Detalhes

Falando nos fornecedores, se já tem uma coisa que sinto falta, é justamente do meu dia a dia planejando os detalhes do casamento. Como o Espaço Quintal já oferece 80% do evento, eu me concentrei nos pequenos detalhes e desde o início quis que tudo ficasse perfeito e que fosse sobre nós dois. Apenas sobre nós dois.

Logo no início da organização e os problemas com nossos padrinhos que começaram a surgir, eu e o Diego decidimos que estávamos fazendo tudo por nós dois e por acaso teríamos pessoas com quem compartilharíamos o nosso momento.

Seria um ato de celebração não apenas do nosso amor, mas o fato de termos tido a sorte de estamos juntos em um momento tão difícil para todo mundo.

Talvez o meu maior orgulho tenha sido a papelaria do casamento. A nossa arte definiu toda a vibe do casamento e possibilitou que nossos gatinhos fizessem parte desse dia tão importante para nós dois.

A ilustração quem fez foi a Maria Eduarda, uma amiga da minha época de fã de Doctor Who, e toda a arte e composição foi feita pela querida da Michele, da Inspiretrix. Ela conseguiu executar com perfeição tudo o que pedi. Desde o início abraçou o nosso dia e me ajudou a transitar pelo  mercado do casamento de forma bastante verdadeira ao que idealizávamos para o nosso dia.

Outro detalhe que eu queria que fosse perfeito, era a fotografia… Aliás, eu já acompanhava os Maiatos  antes mesmo de conhecer o Diego por conta da proposta de trabalhos deles.

Quando decidimos casar, eu já sabia que seriam eles os fotógrafos do casamento.

Mais amor, menos protocolos

Já com meu vestido, fiquei um pouco maia apreensiva, não era uma noiva com corpo padrão, eu não queria passar meses fazendo dietas e restrições para entrar em um vestido que eu usaria um único dia. Queria estar confortável e em um vestido que fosse a minha cara, e não nos padrões dos casamentos por aí.

Tive a sorte de cruzar com uma postagem da Paula Guedes, do Atêlie 605, e a noiva em questão estava com uma roupa completamente fora dos moldes de noiva. Assim, foi exatamente isso que me fez tentar o primeiro contato. E que ótima escolha eu fiz!

Desde o começo a Paula estava preocupada em traduzir quem eu era no meu dia a dia, sem julgamentos.

A ideia inicial era um vestido meio boho, meio romântico. Por fim se tornou saia e blusa, depois de eu ter experimentado o forro cortado do vestido e ter amado as duas peças. Melhor do que isso, é uma roupa que posso usar tranquilamente de novo (com a bainha feita, é claro).

No dia do casamento eu estava me sentindo linda, confortável e super despojada. Esses foram os fornecedores que de fato fizeram 100% parte do nosso casamento. Eles foram além do contrato assinado e estiveram ao nosso lado.

Mudanças e adaptações

Em novembro, diante de todo o cenário da pandemia, nós decidimos que não seria certo realizar nosso casamento, mesmo tendo apenas a quantidade certa para a ocupação permitida para o Espaço Quintal.

Tudo já estava pronto, todos os convites já haviam sido enviados, os padrinhos e madrinhas escolhidos e já tinha dado tempo de desconvidar alguns deles, trajes, lembrancinhas, tudo, tudo já estava resolvido, mas o momento já não parecia certo.

Dessa forma, conversamos com o Espaço Quintal e alteramos a nossa data para 08/08/2021, e o civil aconteceu no dia 23/01 mesmo, apenas com 2 testemunhas, seguido de um almoço.

Depois disso, tirei umas férias do assunto casamento e em março retomei os preparativos, focada exclusivamente na cerimônia e nos preparativos de tudo que aconteceria.

Meus pais já são falecidos, então a entrada até o andar, sozinha, nunca foi algo que me deixou satisfeita. Combinei com o Diego que nos encontraríamos no meio do caminho e caminharíamos juntos até o altar.

A palavra altar também nos gerava um certo desconforto, assim como as fileiras de cadeiras, lado da noiva e do noivo e mais alguns ritos patriarcais. Por isso, com a ajuda do nosso celebrante e amigo, Bruno Pinta, tudo isso foi caindo.

Cerimônia com personalidade

O Bruno Pinta foi escolha do Diego, eles trabalharam juntos de 2014 a 2017 e na noite do meu pedido de casamento ele já trouxe o nome do Bruno com muito entusiasmo, dizendo que ele seria a pessoa PERFEITA para nos casar, e hoje com toda certeza posso dizer que foi!

O Bruno foi muito sagaz, inteligente, carinhoso e muito dedicado na cerimônia que ele criou. Ele trouxe diversão, participação dos convidados, leveza, verdades do cotidiano atual e o principal, modernidade.

Os convidados AMARAM a forma como o casamento foi conduzido, inclusive teceram vários elogios, por exemplo: ele nasceu pra isso!

Mas foi a primeira vez que ele realizou um casamento! O Bruno é pós graduado em psicologia, além de professor universitário em diferentes disciplinas. Ou seja, tecnicamente falando, escolhemos a pessoa certa, porém, antes desse vasto currículo, ele é um amigo muito importante para nós e se dedicou com todo carinho em deixar o nosso dia ainda mais especial e mágico.

Junto com a assessoria, indicada também por ele, a nossa cerimônia se tornou uma celebração de quem nós somos e a importância que temos um na vida do outro.

Toda a fala da cerimônia foi pensada para nós dois, foi alegre, inusitada, irreverente e diferente de tudo que todos os nossos convidados já tinham visto.

O grande dia

O nosso dia da noiva e noivo também foi diferente, mas seguiu nosso propósito de um casamento feito para nós dois.

Fugi do quarto de hotel para a noite de núpcias e aluguei dois AirBnB no Mirante do Vale para o final de semana do casamento. No centro, antigo, com vista maravilhosa e com atmosfera perfeita pata nós dois! Em um dos quartos ficou minha prima e madrinha, e no outro ficamos eu e o Diego.

A melhor escolha que fizemos foi estarmos grudados nesses dois dias, quebrando ainda mais os ritos do evento casamento. No domingo de manhã, acordamos, preparamos um café para nós, madrinhas, maquiadoras e fotógrafos.

Diego e eu nos arrumamos juntos, fizemos o meu buquê juntos, nos acalmamos juntos. Antes de irmos para o Espaço Quintal, fizemos o first look no Mirante. Para o traslado, contratei a 3 Car Garage (empresa irmã da Clikombi) e fomos de Kombi azul para a cerimônia.

Aliás, saiu uma caravana do Mirante… Nós, madrinhas, fotógrafos… Todo mundo junto, aproveitando não apenas o casamento, mas também o clima de cumplicidade e amor que fez parte do nosso final de semana.

E para finalizar o lado conto de fadas do casamento, durante a cerimônia, o Bruno fez a pergunta do porquê um casal tão progressista escolheu casar, ter uma festa de casamento, que por mais moderna que tenha sido, ainda assim tem todo um significado tradicional e patriarcal.

Eu penso bastante sobre isso e a resposta que chego é que nós escolhemos. Escolhemos um ao outro e muito mais do que celebrar a nossa união ou matrimônio, nós estávamos celebrando a nossa escolha, a escolha de estar um ao lado do outro durante a vida.

Dia perfeito, mesmo com pequenas imperfeições

Claro que nem tudo são flores… Eu me considero (e tive esse feedback) uma noiva que foi extremamente tranquila e centrada. Não tenho muita certeza se isso foi bom ou ruim, já que a falta da bridezilla fez com que certos aspectos fossem difíceis.

A festa no Espaço Quintal foi perfeita, mas ao longo dos meses encontramos resistências para adaptar a cerimônia. Inclusive as flores não foram as flores que escolhi. A decoração deveria ser branca e amarela (mini girassóis e margaridas brancas) e teve de tudo, menos o que eu havia pedido e aprovei. A minha sorte é que a decoração fixa do espaço é tão incrível, tão fascinante, que acabou mascarando um pouco essa falha. Digo um pouco, já que toda a minha papelaria foi feita com mini margaridas e girassóis.

Tive também muitos problemas com uma madrinha (uma amiga de infância) e dois dos padrinhos, que a partir do momento que aceitaram o convite, fizeram toda a algazarra do casamento e prometeram mundos e fundos, mas desapareceram de nossas vidas.

Eles se tornaram meros enfeites, além de termos situações super constrangedoras. Depois de um ano em quarentena, nós aprendemos a dar o devido valor para as pessoas, e no decorrer do processo do casamento, vimos que não fazia mais sentido tê-los ao nosso lado em um dia tão importante.

Mas o importante é que nada abalou a nossa relação ou o nosso propósito. Nosso dia foi perfeito e já sinto falta de tudo que aconteceu!