Estamos pertinho de concluir a 1ª edição do Projeto Amor Igual.
 
Depois de mais de 40 histórias recebidas, muita emoção e dificuldade para escolher o nosso casal, correria para organizar todos os detalhes, reuniões e conversas pelo Skype, finalmente estamos às vésperas do casamento.
 
Muita gente perguntou sobre o relato que arrebatou meu coração. Afinal, o que a história de amor dos meninos tem de tão especial? Drama, altos e baixos, comoção?
 
Nada disso.

O que eu, a Cabrita Filmes e o blog Dois Iguais mais gostamos na história do Henrique e do Tiago é a sensação de ternura e leveza, características próprias de um amor simples e acolhedor. O tipo de amor que todo mundo busca.
 
Como o Henrique escreveu lindamente, vou deixar aqui embaixo parte das palavras que recebemos por e-mail.
 
Ah! As fotos são da maravilhosa Canvas Ateliê, que coloriu a tarde desse casal tímido e fofo com um ensaio na Vila Madalena.
 
Com vocês, Henrique e Tiago.

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“Era julho de 2015 quando eu, Henrique, terminei uma relação que já não estava fazendo mais sentido. Nesse ano os astrólogos apostavam na ideia de que aquilo que não fosse verdadeiro iria iminentemente acabar. E assim o foi, não apenas comigo.
 
Vi muitos amigos terminando seus namoros, e aquela reflexão vinda dos astros ficava martelando minha cabeça como se eu quisesse de qualquer modo encontrar alguma conexão entre o que diz a astrologia e o acontece de fato no mundo.
 
Para o falso ou verdadeiro, fiquei com a dúvida e com o fato: estava solteiro. E de maneira alguma queria ficar sozinho. Nunca gostei de estar sozinho e também não sou dos mais sociáveis, e amigos, de verdade, a gente acaba sempre contando nos dedos.
 
Esse foi um ano que começou difícil. Já em maio minha mãe foi promovida à moradora celeste, e definitivamente eu não queria continuar o restante do ano sem dividir minha vida – ou quem sabe a tristeza que eu carregava? – com alguém.
 
Um mês após a morte dela, meu irmão me ligou dizendo que tinha começado um namoro e que estava muito feliz porque sentia que havia conhecido a mulher da vida dele. Fiquei muito feliz por ele, que assim como eu, também estava sofrendo muito com a ausência de nossa mãe.
 
Passado julho, e quase todo o mês de agosto, eu tive um sonho com ela – se não estou enganado, deve ter sido por volta de 21 de agosto. Sempre sonho com ela, até hoje. Desde que ela partiu eu venho sonhando, mas esse sonho foi diferente.
 
Lembro dela encostada no murinho da cozinha da casa de minha avó com uma malinha do lado dizendo pra todo mundo que precisava ir em São Paulo (somos da Bahia), e quando questionada sobre o motivo, ela disse bem claro: vou indo cuidar de Henrique, que por aqui eu já terminei.
 
Três dias depois desse sonho, num fim de tarde comum depois de chegar da Unicamp, entrei no Facebook e vi uma coisa diferente. Tinha uma cutucada lá! Alguém me cutucou! Fiquei impressionado, curioso e não demorei em olhar o perfil de quem havia cometido tal engano, rs.
 
Ele era lindo! Barbudinho, olhos claros… Não resisti, abri o chat e mandei um oi moço, seguido de um pedido de amizade. Recebi o aceite e a resposta do oi, e começamos a conversar.
 
(…)
 
Tiago é o nome dele, e desde então vivemos assim. A cada dia um aprendizado diferente, um jeito diferente, um modo diferente de expressar aquilo que a gente sentia e não sabia que nome dar. Mas era amor e não tardou nos declaramos um para o outro. Entre um presente e outro, filmes, discussões, limpezas de casa… Íamos vivendo.
 
Foi quando uma crise financeira se instalou e fomos obrigados e desmanchar a convivência da casa. Uns chamariam de república, mas como éramos todos amigos, preferíamos chamar de casa mesmo. Isso era maio, já de 2016. Devagar as meninas tomaram seus rumos, e eu, de família distante e sem renda, já que uma das bolsas da faculdade tinha chegado ao fim, não sabia para onde ir. Foi quando conversamos com os pais dele e nossa proposta foi aceita: pedimos para morar no sítio com eles até que a gente se reestruturasse e conseguisse voltar para a cidade.
 
Essa mudança me aproximou muito mais de meu sogro e de minha sogra. Sim! Eu já os considerava desse jeito. Eles sempre cuidaram da gente, com muito carinho e atenção. Sempre preocupados, nunca deixaram faltar nada.
 
Aqui somos todos humildes – não possuímos riquezas materiais ou nada que venha a facilitar a lida cotidiana de modo extraordinário. Tudo sempre foi e está sendo construído com muito esforço, muito sacrifício e sobretudo com muito amor.
 
Amor! Essa é a palavra que com certeza define a nossa história. Uma história de amor, dentre tantas outras que certamente existem por aí e deixam o mundo um lugar mais bonito de se viver.
 
Ficamos com os pais dele até outubro de 2016, e foi quando eu reestruturei minha situação na universidade e ele conseguiu uma monitoria numa escolinha da Rede Municipal de Limeira.
 
Isso nos deu condição de alugar uma casinha e voltar para a cidade. O sítio é legal. Gosto muito da terra e Tiago sempre se aventurava comigo quando eu inventava de cavar em algum lugar ou plantar alguma semente. Lá tem até hoje um pé de capim-santo que é uma maravilha para fazer chá.
 
Voltamos para a cidade e estamos na mesma casa há quase um ano.
 
(…)
 
Tiago é um menino doce, e apesar de ser um homenzarrão, é o meu menino. Meigo, amoroso, que diante de tantos desafios que o mundo nos impõe consegue nutrir um sonho, que eu sempre dou um jeito de me esquivar. Não porque eu não queira, mas por não ter certeza se consigo lidar com a grandeza de realizar de maneira impecável o sonho da pessoa que eu amo – que é casar.
 
E bem, casar, diga-se de passagem, é o sonho dele. Não faz uma semana ele veio me falar, com os olhinhos brilhando, que havia visto na internet um concurso onde o prêmio é um casamento.
 
Pediu e pediu para que eu escrevesse nossa história e, concorrendo, quem sabe a gente não ganha? Além de querer casar com ele e continuar construindo nossa vida, quero muito poder proporcionar a ele, com muito amor, um casamento dos sonhos.
 
E é por isso que eu vim contar nossa história para vocês! Vejam, uma história de amor, como tantas outras que certamente existem – e independente de qualquer coisa, todos nós somos humanos, com sangue nas veias e vontade de fazer o bem.
 
Até os dias de hoje eu respondo a todos que nos perguntam como a gente se conheceu, dizendo que eu tê-lo encontrado foi obra de minha mãe, que naquela época, já junto aos anjos, disse que vinha aqui em São Paulo cuidar de mim.
 
Meu irmão está casado com a mesma moça que conhecera e está muito feliz, tocando a vida dele para frente. E eu gostaria muito de casar! E de fazer a pessoa que me faz feliz, feliz também”.

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Vale lembrar que o casamento acontece segunda, 13 de novembro, na Fazenda Paraizo, em Itu.

Mal posso esperar!

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Fotos: Canvas Ateliê

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Escrito por Flávia Queiroz

Publicitária, content creator e dedicada a ações que aproximam pessoas. Sou viciada em casamentos, mas de um jeito diferente da Gretchen.

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